
Bulgákov usa a chegada do diabo em Moscou para contornar censura e expor verdades sobre poder soviético que discurso oficial não permitia expressar, mostrando Woland ironicamente exercendo justiça poética ao punir hipócritas e corruptos protegidos pelo sistema, revelando como literatura pode servir como tribunal alternativo quando instituições formais falham. A fantasia se torna mais reveladora que realismo porque cria espaços de verdade que regimes repressivos não conseguem controlar, demonstrando como humor e ironia podem ser ferramentas poderosas de resistência jurídica - uma análise fundamental para compreender como arte e cultura podem denunciar injustiças que sistemas oficiais ocultam, especialmente relevante em contextos onde liberdade de expressão enfrenta ameaças e onde literatura assume papel de preservação da memória e crítica social.