
Lugar II
(...)
Há sempre uma noite terrível para quem se despede
do esquecimento. Para quem sai,
ainda louco de sono, do meio
de silêncio. Uma noite
ingénua para quem canta.Deslocada e abandonada noite onde o fogo se instalouque varre as pedras da cabeça.Que mexe na língua a cinza desprendida.
Herberto Helder, in Lugar, 1962