
Dona Flor a heroína de uma obra-prima de Jorge Amado. Fez sucesso não só na literatura, mas também no cinema, teatro e telenovelas. Florípides Guimarães era uma menina simples, criada para salvar a família da pobreza através de um bom casamento – mas que, antes disso, já precisava contribuir com a renda da casa após sua mãe enviuvar. Professora de culinária na escola “Sabor e Arte” e cozinheira de mão cheia, Dona Flor leva a mãe à loucura ao fugir de casa para se casar com um cafajeste alcoólatra, mulherengo e viciado em jogos de azar – que, além de não sustentá-la roubava seu dinheiro! Apesar de tudo, nunca faltou paixão e volúpia no primeiro casamento de Dona Flor, que durou sete anos, até a morte de Vadinho. Já seu segundo casamento,esse sim, foi com um homem direto, respeitoso e que a idolatrava – mas a quem faltava fogo. Graças à magia da Bahia e à força dos orixás, Dona Flor consegue recuperar Vadinho do mundo dos mortos, e passa a viver feliz e completa com seus dois maridos: inteira, sem abrir mão nem da ternura de um nem da sensualidade perigosa do outro. Tudo isso, é claro, com muito cuidado para não sacrificar sua honra de mulher casada, correta, só se dando para homens com quem casou no cartório e na igreja. “Dona Flor e Seus Dois Maridos” é o suprassumo da literatura nacional, um retrato delicioso de uma Salvador nostálgica e mística, “uma história moral e de amor”, como diz Jorge Amado no subtítulo do próprio livro. O livro começa, aliás, justamente com uma grande folia de carnaval! Caso a leitura não seja sua praia, o filme de Bruno Barreto, estrelado por Sônia Braga e José Wilker é tb um primor.