
A notícia é real: pesquisadores da Universidade Johns Hopkins desenvolveram com sucesso os revolucionários Organoides Cerebrais Multirregionais (MRBOs), um marco confirmado por estudos publicados em 2025. Estes não são os minicérebros da primeira geração; a inovação reside na sua complexidade arquitetônica, pois eles integram, pela primeira vez, múltiplas regiões cerebrais—Córtex, Mesencéfalo/Rombencéfalo—e um sistema vascular rudimentar.O segredo dessa coesão é uma "supercola biológica", proteínas de matriz que atuam como um andaime químico para permitir que os axônios (fibras nervosas) cresçam e se conectem funcionalmente entre as regiões. A presença de vasos sanguíneos (endotélio) é vital, pois evita a morte celular no núcleo do organoide (necrose central) e facilita a formação inicial da Barreira Hematoencefálica.Essa rede global permite modelar doenças de desconexão, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a Esquizofrenia, que não podem ser estudadas com precisão em animais. Os MRBOs, que mimetizam um cérebro fetal de 40 dias, estão sendo usados para treinar Inteligência Artificial (IA) a identificar falhas elétricas caóticas, com precisão de até 95,8%. Essa tecnologia abre caminho para a Medicina de Precisão, onde medicamentos podem ser testados em minicérebros derivados do próprio paciente antes de serem prescritos.