
A compreensão do Transtorno do Espectro Autista (TEA) atingiu um ponto de inflexão histórica, transitando de uma definição puramente comportamental para uma caracterização fundamentada em mecanismos biológicos moleculares. Um estudo revolucionário de 2025, conduzido por Princeton e Simons Foundation e publicado na Nature Genetics, desafiou a visão de que o autismo é um gradiente único de severidade.
Analisando dados genômicos e clínicos de mais de 5.000 pessoas, pesquisadores usaram inteligência artificial para revelar que o TEA é, na verdade, uma coleção de pelo menos quatro condições biologicamente distintas,. A chave é a temporalidade: para o Subtipo 1 (37%), as alterações genéticas afetam o cérebro após o nascimento, resultando em alta prevalência de ansiedade e TDAH,. Já o Subtipo 4 (10%), o mais severo, tem disfunções genéticas pré-natais e grande incidência de epilepsia e deficiência intelectual.
Esta distinção biológica abre o caminho para a Medicina de Precisão, permitindo que os médicos prevejam comorbidades futuras e selecionem tratamentos. Por exemplo, a Oxitocina pode ser eficaz apenas para o Subtipo 1. Esta descoberta valida o que a comunidade já sabia: não existe um autismo, mas sim várias biologias.