O episódio 26 do Subsolo celebra o centenário do sociólogo, historiador e militante comunista Clóvis Moura, intelectual que promoveu algumas revoluções no pensamento social brasileiro e autor de obra indispensável para entender o Brasil.
Nossa conversa com o professor Roberto Santana Santos explora as contribuições fundamentais de Clóvis Moura, começando com o clássico Rebeliões da senzala (1959), livro que desconstruiu o resistente mito da “democracia racial” e, sobretudo, o da passividade dos escravizados. Tomando o conflito e a luta de classes como o motor da história brasileira, analisando o quilombo como a mais elevada forma de resistência e “práxis negra” – uma ação que desafiava a lógica do sistema – Moura utilizou as ferramentas do materialismo histórico para ir muito além da ideologia dominante também nas ciências sociais; adiante, foi ele também pioneiro ao entender como o racismo foi reconfigurado após a Abolição para se tornar um pilar do capitalismo dependente no país.
O episódio ainda especula como Moura, que via o abolicionismo como o primeiro grande movimento social do Brasil, analisaria os debates contemporâneos sobre raça, as ações afirmativas e as novas configurações da luta antirracista.
A impressionante atualidade de Clóvis Moura contrasta com o relativo apagamento de sua obra, em parte sanada pela recente redescoberta pelas novas gerações e edições independentes. Que não seja mais assim. Fica aqui o convite para conhecer as ferramentas que Clóvis Moura nos deixou para transformar radicalmente o Brasil.
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