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IBC-Br tem queda de 0,9% no terceiro trimestre, a primeira retração trimestral em dois anos
Ecio Costa - Economia e Negócios
5 days ago
IBC-Br tem queda de 0,9% no terceiro trimestre, a primeira retração trimestral em dois anos
O IBC-Br, indicador usado como termômetro mensal da atividade e considerado a prévia do PIB, caiu 0,2% na passagem de agosto para setembro, já descontados os efeitos sazonais. Apesar da queda no indicador agregado, a agropecuária cresceu 1,5% na comparação mensal. A indústria caiu 0,7% e serviços teve queda de 0,1%.
Com isso, o terceiro trimestre fechou com recuo de 0,9% em relação aos três meses anteriores, marcando a primeira queda trimestral em dois anos. De acordo com o Banco Central, a agropecuária recuou 4,5%, a indústria teve queda de 1,0% e os serviços, que costumam sustentar o PIB, tiveram baixa de 0,3% no terceiro trimestre em comparação ao segundo.
O resultado de setembro não surpreendeu o mercado, as projeções variavam de uma alta de 0,3% a uma queda de 0,5%, e o número veio exatamente dentro dessa faixa. Enquanto o PIB oficial do segundo trimestre mostrou crescimento de 0,4%, os dados oficiais do terceiro trimestre somente serão divulgados em dezembro, mas o Boletim Focus prevê avanço de 2,16% em 2025, bem abaixo dos 3,4% registrados em 2024. Caso se confirme, será o menor ritmo desde 2020, período marcado pelo impacto da pandemia.
O BC lembra que o indicador tem pequenas variações na metodologia usada pelo IBGE no cálculo do PIB, o que explica divergências especialmente quando se olha setores específicos. De todo jeito, o IBC-Br, por ser mensal, ajuda a acompanhar mais de perto o pulso da economia, enquanto o PIB trimestral oferece uma visão consolidada e mais completa, porém com defasagem de meses em sua divulgação.
A economia brasileira vem desacelerando fortemente ao longo do ano. A política monetária precisou ser calibrada para um patamar de juros de 15% para poder surtir efeito, pois o governo continua com políticas fiscais e de crédito expansionistas, que têm um efeito contrário ao da política monetária no controle da inflação. Se isso não ocorresse, o país já teria passado por essa fase difícil de juros altos e já poderíamos iniciar uma flexibilização, com queda dos juros, que só deve acontecer ao longo de 2026.