O CEO da Rangel Logistics Solutions partilha o percurso de internacionalização de uma das maiores empresas portuguesas de transporte e logística, presente em nove países e com uma rede que cobre mais de 220 destinos em todo o mundo.

Em conversa com Miguel Frasquilho, o gestor recorda o início do grupo, fundado em 1980 pelo pai, Eduardo Rangel, e revela como a expansão começou pela proximidade cultural, com Angola, Moçambique, Brasil e Cabo Verde, antes de chegar a mercados mais exigentes como a África do Sul e o México.

A pandemia foi um teste à resiliência da empresa, que respondeu com investimento, inovação e adaptação. A transformação digital e a automação são hoje pilares estratégicos, com a inteligência artificial a assumir um papel crescente no planeamento e na eficiência operacional.

Nuno Rangel destaca ainda o compromisso com a sustentabilidade e o futuro da logística em África, onde o grupo vê um dos motores de crescimento a longo prazo. O líder sublinha que o talento é o maior ativo da Rangel e defende que Portugal deve apostar mais na internacionalização, “mesmo que o primeiro passo seja pequeno, o importante é começar.” Um exemplo de como uma empresa familiar portuguesa se afirmou no mundo, mantendo o seu ADN e a ambição de continuar a crescer além-fronteiras.

O CEO da BA Glass analisa o futuro da indústria vidreira na Europa e a estratégia de expansão da empresa. Perante um setor em consolidação e uma crise de procura sem precedentes, Tiago Moreira da Silva defende que a competitividade só será possível com maior produtividade e eficiência, sustentadas pela digitalização e pela inteligência artificial.

A BA Glass já dispõe do seu primeiro forno totalmente automatizado, gerido por IA, pronto a ser replicado nas restantes unidades, um marco pioneiro na indústria. Tiago Moreira da Silva alerta, contudo, para os desafios na retenção de talento especializado e para a urgência de decisões políticas claras sobre a transição energética.

Com presença em sete países, 14 fábricas e cinco unidades de reciclagem, a BA Glass é uma das mais emblemáticas empresas industriais portuguesas, com 85% das vendas fora de Portugal. A nova aposta estratégica passa agora pela América do Norte, onde a empresa vê espaço para crescer através de aquisições e inovação num mercado menos competitivo.

Tiago Moreira da Silva resume a ambição da BA Glass. “Nunca quisemos ser os maiores, mas sim os melhores entre os maiores.” Um exemplo de como a eficiência, a inovação e o propósito ambiental são determinantes para manter viva a indústria europeia e fazer crescer uma empresa portuguesa no mundo.

No sexto episódio de Economia Sem Fronteiras, Leonor Freitas, líder da Casa Ermelinda Freitas, partilha a história de uma empresa familiar centenária que transformou o vinho a granel num caso de sucesso internacional. Entre crises pandémicas, inflação e custos energéticos elevados, a empresária revela como uma gestão rigorosa e o investimento em sustentabilidade têm sido determinantes para o crescimento da marca.

Com presença em 47 países e uma faturação que ronda os 40 milhões de euros, Leonor Freitas sublinha a importância da persistência, do conhecimento dos mercados e da consistência da qualidade como pilares da internacionalização. Do sonho de expandir para o Douro à modernização da adega em Palmela, a história da Casa Ermelinda Freitas é um exemplo de resiliência e visão empresarial.Um episódio que mostra como a combinação entre tradição, inovação e gestão organizada pode levar os vinhos de Setúbal a conquistar o mundo.

A presidente da AICEP destaca o talento português como o principal ativo do país na atração de investimento estrangeiro. “O talento é o nosso melhor cartão de visita”, afirma, lembrando que multinacionais como a Google, a Microsoft, a Continental ou a Autoeuropa escolheram Portugal pela qualidade e dedicação dos seus profissionais.

Madalena Oliveira e Silva sublinha que muitas filiais portuguesas são hoje as mais eficientes e produtivas dentro dos grupos internacionais a que pertencem, o que reforça a confiança dos investidores e motiva novos reinvestimentos. Fala também dos critérios de apoio a projetos inovadores e exportadores, do desafio da simplificação administrativa e da importância da diplomacia económica e das redes locais da AICEP, presentes em cerca de 50 mercados.

A líder da agência defende ainda a diversificação das exportações para novos destinos, aproveitando os acordos comerciais da União Europeia com o Mercosul e o Canadá, e aponta as energias renováveis, o setor aeroespacial, as tecnologias de informação, a saúde e a economia do mar como áreas em que Portugal tem maior potencial competitivo.

A embaixadora do Reino Unido em Portugal, aborda a força e a atualidade da mais antiga aliança diplomática do mundo, entre Portugal e o Reino Unido, reafirmando a solidez das relações bilaterais após o Brexit. Lisa Bandari sublinha a importância da cooperação nas áreas da defesa, segurança, ciência, comércio e investimento, destacando o acordo fiscal assinado em 2024 e a nova parceria estratégica entre o Reino Unido e a União Europeia.

A diplomata salienta o papel do investimento britânico na modernização da economia portuguesa, com exemplos como a Savannah Resources, a Open Cosmos e o interesse da IAG pela TAP, e reconhece igualmente o impacto das empresas portuguesas no Reino Unido, como a EDP, a Greenvolt e a Tekever. O turismo e a diáspora surgem como pilares essenciais desta relação. Mais de 400 mil portugueses vivem no Reino Unido e cerca de 40 mil britânicos residem em Portugal. Para a embaixadora, esta comunidade constrói “uma ponte de vida entre os dois países”, que fortalece laços culturais, económicos e humanos.

A segurança e a defesa assumem também um lugar central na entrevista. Lisa Bandari destaca o papel conjunto dos dois países na NATO, a cooperação no apoio à Ucrânia e a ambição britânica de integrar o novo programa europeu de defesa SAFE, que mobiliza 150 mil milhões de euros.

João Aguiar Machado, embaixador e representante permanente da União Europeia junto da Organização Mundial do Comércio (OMC), analisa o futuro do comércio global e os desafios que o sistema multilateral enfrenta. O diplomata europeu defende que “a nostalgia não é a estratégia para enfrentar o futuro”, sublinhando que a globalização não terminou, mas está a transformar-se.

A conversa conduzida por Miguel Frasquilho aborda a encruzilhada em que se encontra a OMC, criada para regular economias de mercado, mas hoje confrontada com as particularidades do modelo chinês e com o afastamento progressivo dos Estados Unidos da cooperação multilateral. João Aguiar Machado explica como a entrada da China na OMC em 2001 impulsionou o comércio mundial, mas também gerou tensões estruturais, e alerta para a fragmentação crescente da globalização, com o surgimento de blocos económicos e cadeias de valor mais regionais.


Um episódio essencial para compreender a redefinição da ordem económica internacional e o impacto que estas transformações terão nas empresas portuguesas que competem em mercados globais. 

No último episódio desta temporada especial, o tema é a persistência estrutural dos custos de contexto em Portugal. Os convidados são Nuno Garoupa professor na Universidade George Mason, nos Estados Unidos, Presidente da European Association of Law and Economics e especialista em regulação e Susana Peralta Economista e Professora na Nova SBE e voz ativa no debate público.

Neste segundo episódio falamos de ameaças e oportunidades para Portugal e para a Europa com o convidado Luís Cabral, Professor da NYU Stern School of Bussiness e Director do Departamento de Economia e Especialista em Organização Industrial e Politicas Públicas e Fundador do Instituto de Politicas Públicas da Nova SBE.

Uma temporada especial que estreia com um episódio gravado com Ricardo, Reis Professor da London School of Economics e Consultor, Isabel Horta Correia, Professora Catedrática da Católica School of Business & Economics, onde abordamos as perspectivas de crescimento económico no mundo de Trump.

O CEO da Greenvolt partilha o percurso de internacionalização de uma empresa nascida da biomassa e transformada numa referência global em energias renováveis. Com presença em 19 países e o apoio do fundo norte-americano KKR, a Greenvolt aposta na geração descentralizada, na rotação de ativos e em mercados com elevado potencial, como Indonésia, Japão e Europa de Leste.

A estratégia assenta em inovação, agilidade no licenciamento e foco nos segmentos mais desafiantes da cadeia de valor energética. A Greenvolt é hoje exemplo de como uma empresa portuguesa pode crescer globalmente num setor competitivo, apostando em energia limpa, armazenamento, comunidades de energia e soluções sustentáveis com impacto.

O embaixador da China em Portugal reforça a importância de aprofundar as relações comerciais e culturais entre os dois países. Com a China a consolidar-se como o maior investidor não europeu em Portugal e com um volume de trocas comerciais em crescimento, o diplomata apela à presença mais expressiva dos produtos portugueses no vasto mercado chinês, destacando a qualidade do porco preto, azeite, vinho e cerveja.

Defensor do multilateralismo e da abertura económica, Zhao Bentang propõe criar uma plataforma de promoção para os produtos portugueses na China e reforça o papel do investimento chinês em setores estratégicos como energia, saúde e infraestruturas. Um episódio que revela oportunidades concretas para o reforço da cooperação luso-chinesa num mundo cada vez mais interdependente.

O CEO da Cotesi partilha a transformação estratégica da empresa desde o início dos anos 2000, passando de produtora de commodities para líder em inovação no setor agrícola. Com presença consolidada na Europa e América do Norte, a Cotesi controla hoje os seus canais de distribuição nos principais mercados e aposta em produtos diferenciados, sustentáveis e com maior valor acrescentado.

A entrada nos mercados dos EUA e Canadá, o investimento em tecnologias como o UHD e a liderança na produção de sisal são marcos da estratégia de internacionalização liderada por Pedro Violas. A Cotesi demonstra como o sucesso internacional exige inovação tecnológica, sustentabilidade e proximidade ao cliente — mais do que competir pelo preço.

O embaixador de Portugal em França analisa a forte ligação económica entre os dois países, destacando o papel estratégico de França como segundo maior destino das exportações portuguesas e terceiro maior investidor em Portugal. Com cerca de 1.500 empresas francesas instaladas no país – como a Airbus, BNP Paribas, Vinci ou Decathlon –, a relação comercial é marcada pela confiança, diversidade e pela valorização da mão de obra qualificada nacional.

A entrevista aborda ainda o potencial do Mónaco como mercado premium, o crescente interesse de França no turismo português e os acordos bilaterais nas áreas de defesa, inovação e inteligência artificial. Um episódio que sublinha como a relação luso-francesa é essencial para o presente e futuro da economia portuguesa.

O CEO da Bosch Portugal destaca o papel de Portugal como polo estratégico de inovação e exportação dentro do universo Bosch. Com três centros industriais em Braga, Aveiro e Ovar, a multinacional alemã desenvolve em território nacional tecnologias de ponta, desde sensores para condução autónoma até soluções sustentáveis em climatização, exportando produtos topo de gama para mais de 50 países.


O investimento em talento e a parceria com universidades portuguesas têm sido decisivos para o sucesso da Bosch em Portugal, que representa 4% das vendas da empresa na Europa — mais do dobro do peso económico do país no PIB europeu. A aposta em inteligência artificial, economia circular, hidrogénio e mobilidade elétrica confirma Portugal como centro de inovação da Bosch a nível global.

A presidente da Euronext Lisbon traça o percurso da expansão e integração europeia da Euronext, plataforma que hoje reúne sete bolsas de valores em 18 países. Com mais de 1.800 empresas cotadas, mais de 500 intermediários financeiros e milhares de investidores em todo o mundo, a Euronext é um dos principais motores de financiamento da economia europeia.

Com forte presença tecnológica em Portugal, através do centro instalado no Porto, a Euronext desenvolve programas como o IPO Ready e o Elite para atrair empresas portuguesas para o mercado de capitais e diversificar as suas fontes de financiamento. Um episódio que revela como a integração financeira europeia pode criar novas oportunidades para o tecido empresarial nacional.