
Adoro relembrar que “o tempo é o melhor juiz de todas as coisas”, um proverbio tão singular, quanto a hipocrisia perene dos idiotas!
Hoje pela manhã, acordei mais cedo para ler as notícias do Brasil, e dou de cara com um artigo de um comentarista, que relembra sempre artigos publicados na Revista Veja, então, sem mais delongas, vejam:
15 de maio de 2019 – Após a provocação da imprensa sobre uma visita do Presidente do Brasil aos EUA, Bolsonaro solta essa: “A Argentina com a volta de Kirchner será nova Venezuela”.
Bolsonaro foi acusado de querer interferir no resultado das eleições do país vizinho, e lá no Brasil, a manifestação dos donos da cultura foram enfáticas, com risos e deboches.
30 de julho de 2020 – Um editorial da Veja afirma: “Argentina está longe de se tornar ‘nova Venezuela’; entenda por quê. Naquela edição, a revista solta os cachorros na fala do Presidente, e de modo enfático, defende as medidas adotadas pelo Executivo daquele país.
08 de maio de 2022 – Há dois dias, a mesma revista veja estampa em seu editorial “Mundo”: “Crise argentina já é comparável ao desastre da Venezuela”, e segue “A população do país sofre sob o efeito de terremoto político, inflação sem controle e recorde de juros”. O texto é assinado pela jornalista Marina Guimarães, de Buenos Aires.
Depois li que Alberto Fernandes chegou hoje a Madrid, em busca de encontros que reúnam soluções para a Argentina, leia-se, veio pedir dinheiro, ao tempo que dá sinais de romper com sua maior aliada, Cristina Kirchner, acusada por uma parte do Governo de ser a protagonista das ações que causaram esse “terremoto político” descrito em Veja.
Só para não passar em Branco, mesmo sofrendo uma crise sem precedentes, a Argentina decretou o lockdown mais longo do Mundo, chegando inclusive, a não permitir a repatriação de argentinos durante um tempo, e obrigando a iniciativa privada a controlar os preços, que é a prática mais antiga de fazer um país mergulhar na desgraça, a qual chamamos de populismo barato, e que o argentino conhece bem, espólio dos velhos tempos de Peron.
E como bem disse Evita, na canção célebre, “tenía que aceptar, debí cambiar, y dejar de vivir em lo grís, siempre tras la ventana...”.
E assim caminha a humanidade, Alberto, com o tempo sendo o senhor de todas as verdades. Como na tradução literal, você tinha que aceitar, devia mudar, e deixar de viver no cinza, deixando esse seu lado sombrio de viver sempre atrás da janela, dos outros, por que agora, ou é Cristina ou Argentina, e depois “no llores por ella, la Argentina”.
Eu sou CH@MP Brasil, moro no Meio do Mundo, e já vi a aprazível Argentina em momentos como esse, e piores do que esse!