O amor é imenso. Mas amor só não basta. O amor é tão grande que cabe coisa demais e, então, sua definição nos escapa. O que um chama de amor pode não servir para outro.
Mas, ainda que chegássemos a um consenso, desconfiamos que amor só não basta para sustentar uma relação - seja ela de que natureza for.
Quantos amores ficaram pelo caminho na sua história? Algumas vezes, eles se foram à sua revelia. Outras tantas, você fez escolhas que pressupunham deixar alguns amores para trás.
28 meses, 58 episódios, 20 convidados, 1 pandemia e 2 filhas depois, sem sofrimento, mas com pesar, escolhemos deixar o amor por esse podcast falar um pouco mais baixo que outros sonhos, demandas, deveres.
Não sabemos se é um adeus e torcemos para ser um até breve. Mas, não nos despediríamos, sem antes segurar a sua mão e ao menos tentar responder a essa pergunta que pode te ajudar a encerrar algum ciclo importante por aí: como terminar quando o amor não acaba?
É muito tentador acreditar que "tudo pode ser, se quiser será". Mas para além dos nossos sonhos e desejos existem contingências. Sim. Limitados. Assim somos nós.
E perceber que um grande sonho não foi e não será realizado costuma doer. Dói uma saudade não do passado, mas do futuro que nem chegou a ser vivido.
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Aí a gente acaba tendo medo de sonhar. A gente tem medo de sonhar porque tememos acreditar no sonho.
O que será de mim se eu acreditar com todo meu coração e útero em um sonho e ele não se realizar? “Não crie expectativas, se não quiser sofrer”, dizem os supostos sábios…
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Mas, e se confiarmos na nossa capacidade de atravessar a dor da frustração? Se soubermos que sairemos diferentes do outro lado. E talvez possamos sair maiores.
Que sonhos nos permitiremos sonhar?
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E se formos ainda mais longe e acreditarmos que quando um sonho não é realizado, ao ultrapassar a dor, resta uma energia potencial que pode ser encaminhada para realizar coisas surpreendentes, daquelas que não seríamos sequer capazes de sonhar?…
A quanta coisa bonita daríamos a chance de se transformar em realidades.
Diferentemente dos deuses, o ser humano é um ser finito. Limitado no espaço e no tempo. E diferentemente dos animais é o único que tem consciência de seus limites. Sabemos que vamos morrer e que aqueles que amamos também irão. Não podemos, portanto, evitar interrogar-nos sobre essa situação que, a priori, é inquietante, até mesmo absurda e insuportável.
Penso, com frequência, em quando é que minha filha de quase 3 anos vai descobrir isso. E o que vai mudar na sua forma de existir dali em diante. Sei que uma parte importante da sua sagrada inocência terá chegado ao fim. Ela se saberá mortal, mas não seguirá pensando nisso o tempo todo, precisará escolher esquecer disso a maior parte do tempo, sob pena de enlouquecer.
Mas e se, adulta, ela escolher, como a Giovanna Zanatta, um trabalho que a convoque a olhar nos olhos da morte todos os dias? Bom… se seguir o exemplo da nossa convidada desta semana, certamente, ela terá muito a nos ensinar.
Não trabalhe com o que você ama. Quer dizer, pode trabalhar. Mas não trabalhe com o que você ama, se você acha que essa é a receita pra nunca mais precisar trabalhar na sua vida. Ou, se você ama tanto alguma coisa, a ponto de não querer colocar esse amor em risco. Ou, ainda, se você quer ter certeza de que vai ser capaz de cobrar o preço justo pelo seu trabalho.
Não vá atrás de trabalhar com o que você ama ou descobrir seu propósito, se o preço disso for uma ansiedade que só deixa a sua caminhada profissional mais tortuosa porque te impede de, eventualmente, colocar suas habilidades a serviço de algo trivial, mas pelo qual você poderia se apaixonar.
Expectativa: produza algo de valor pra compartilhar com o mundo, conquiste a atenção das pessoas e essa contribuição dada por você pavimentará caminhos pra sua prosperidade, não só financeira e prosfissinal, mas inclusive afetiva.
Realidade: profissionais de diversas áreas adoecendo na tentativa de conciliar seu ofício original e a extenuante tarefa de competir pela atenção das pessoas em um jogo cujas regras não são claras e mudam o tempo todo.
Pra nos ajudar a refletir sobre essa, tantas vezes, cruel realidade de quem precisa das redes sociais pra viabilizar o próprio trabalho, recebemos hoje, Dani Arrais, essa mulher que pensa e trabalha pelo bem estar no digital e pela construção da internet que a gente quer.
Uma mulher grávida é um ser sendo preparado para parir a vida. Muitos são os temores, as belezas e diversos são os desfechos deste processo espantoso que é gestar um ser humano no próprio ventre. E, felizmente, grande parte das vezes o [abre aspas] final [fecha aspas] é feliz. O filho nasce.
Dizem que quando nasce um filho, nasce uma outra mulher, nasce uma mãe.
E assim como um bebê, que ao chegar ao mundo precisa aprender tudo, essa mulher recém-nascida, a mãe, também precisa aprender tudo. E uma das coisas que pouca gente fala é que essa mulher, agora, vai precisar aprender a parir a morte. É bem provável que dali pra frente, com a chegada do filho, o destino de algumas antigas escolhas, projetos e desejos seja o fim.
A temporada de retomada d'O Coração é o Norte', depois de 10 meses de pausa, poderia ser uma ode ao recomeço. Mas decidimos celebrar o fim.
Sim, essa temporada é uma Festa de Despedida. Uma série de episódios sobre os desafios e a coragem necessária para conseguir decretar finais. Conversas disparadas pela nossa própria experiência de decidir
encerrar o ciclo desse projeto que é tão caro para nossas vidas e nossas almas.
Entra e fica à vontade que o clima não é de tristeza, a festa já vai começar e o episódio de hoje é sobre "Como dar conta de não dar conta".
Ernesto é psicólogo, é pai. Miguel é músico, é filho. Esse episódio é diferente de todos os outros. Ele é a nossa chance de aprender um pouco sobre parentalidade trans, a partir da generosidade e da coragem deles de falar um para o outro [um com o outro] sobre o assunto. E nos deixar testemunhar essa conversa.
Eu não sei qual é a sua definição da palavra autenticidade. Mas parece que nos últimos tempos ela tem sido colada na ideia de ser única, diferentona, especial... Eu gosto mais de pensar em autenticidade como algo que tem verdade, legitimidade. Fui procurar no dicionário e encontrei "Particularidade do que se pode confiar". Gostei. Gostei demais. Gosto também quando entendo que ela é a melhor amiga da liberdade. E para conversar sobre o quão utópico, poderoso e, porque não dizer, perigoso é esse desejo de viver uma vida autêntica nesse mundo de recortes, narrativas e juízes virtuais, eu recebi minha amiga Babi Amaral. Essa mulher pintada com tintas fortes e que transborda humor, crítica, carisma e conexão. Oi, ta boa?
Ser uma pessoa antirracista e criar crianças antirracistas. Qual o caminho?
Para pessoas brancas, como eu, antirracismo é antes de tudo reconhecer e desnaturalizar nossos privilégios. É bancar o incômodo de conversar sobre racismo, ao invés de tratar o assunto como um vespeiro. Pessoas brancas podem e devem falar sobre racismo, mas pra isso precisamos mais do que falar, ouvir pessoas negras - conscientes de que o lugar de fala delas é bem diferente do nosso.
O coração é o norte de hoje tem a sorte de receber Magda Figueiredo, mulher-mãe-preta para uma conversa afetuosa sobre a luta antirracista como a chave para um mundo melhor.
Nesse primeiro episódio de 2022, recebemos Dani Moraes numa conversa sedutora sobre como sua vida pode se transformar se você decidir começar os seus próximos 365 dias escrevendo sobre você.