No segundo episódio do nosso especial GPeTI CONVIDA, temos a honra de receber duas artistas curitibanas que são nomes importantíssimos no teatro feito na cidade.

Olga Nenevê, dramaturga, diretora, atriz. É fundadora, junto com Eduardo Giacomini, do Grupo Obragem, onde realizam espetáculos de teatro e dança para crianças e adultos.

Sueli Araujo, encenadora e dramaturga, uma das fundadoras da CiaSenhas de Teatro, desenvolvendo trabalhos artísticos em práticas colaborativas. Sueli é também professora do Curso de Artes Cênicas da Faculdade de Artes do Paraná. 

Nesse episódio, o papo passeia pelas trajetórias dessas artistas e suas relações com o teatro pensado para crianças e adolescentes. Conversamos sobre tensionamentos, questões, posicionamentos e pensamentos que atravessam suas práticas em relação ao teatro adulto e não-adulto. Buscamos, assim, colocar em diálogo o que temos desenvolvido no GPeTI atualmente com o que vem sendo pensado por outras artistas no campo do teatro para a infância e juventude. 

Com esse especial, encerramos a primeira temporada do nosso podcast e nos despedimos temporariamente! Fiquem atentes, que a despedida é bem temporária mesmo. Já, já tem coisa nova chegando...  Até logo ❤️🪁

As crianças estão inseridas na sociedade e são diretamente afetadas por ela. Por que, então, defende-se tanto que elas sejam apartadas de discussões importantes sobre convívio e direitos humanos? Geralmente isso vem ligado à ideia de “proteger as crianças”. Mas como se protege uma criança? Aliás, quais crianças estamos nos preocupando em proteger? De que maneira? Temas relativos a identidade, gênero, raça, morte, separação, diferenças, despertam reações muito negativas da parte de adultos quando tratados com crianças. É como se estivéssemos profanando uma certa sacralidade da infância. Com isso, nega-se que a criança pode ser alguém que tem desejos, questões subjetivas, perspectivas próprias e que é capaz, portanto, de ser um sujeito agente no mundo. Esteriliza-se a infância em prol de um ideal que não corresponde à realidade e que acaba por produzir pessoas incapazes de lidar com a diferença e questionar o mundo à sua volta.   No 3° episódio de “Pod ou Não Pod?”, Gabi, Lucas, Nath, Vini Medeiros e Vini Précoma debatem o maior tabu de todos: a criança é um ser desejante em construção.

Quando pensamos em histórias, é comum que nos venha à cabeça a oposição herói vs. vilão, mocinho vs. malvado, bem vs. mal. É quase intuitivo também que esse conflito produza uma lição de moral, um ensinamento sobre o que fazer e o que não fazer.  Se isso está presente mesmo nas produções para adultos, nas que são feitas para crianças, então, nem se fala! A produção teatral para a infância frequentemente repete essa lógica, cristalizando noções de bem e mal, bom e ruim. No fim das contas, perdemos a chance de ver múltiplas perspectivas de uma personagem e de uma situação e ficamos apenas com um manual de como pessoas boas agem.  Mas será mesmo que essa é a única forma de desenvolver um enredo, de dar corpo a uma narrativa? Por que heróis e vilões são personagens tão recorrentes? As lições de moral servem pra quê? Como não cair nas armadilhas do maniqueísmo? Como mostrar de outra maneira? No segundo episódio do podcast “Pod ou Não Pod?”, Gabi, Lucas, Nath, Vini Medeiros e Vini Précoma discutem aspectos relacionados às construções de estereótipos presentes em estruturas e histórias já conhecidas e consagradas.

A convivência com a diferença é essencial para a manutenção de um ambiente democrático, mas é preciso que a diversidade seja um objetivo, um compromisso coletivo, um desejo estruturante, e não um adicional do qual se pode abrir mão, algo a ser “adicionado” a fim de cumprir protocolos. Na estreia do nosso especial GPeTI CONVIDA, temos a honra de receber Juliana Partyka. Ju é atriz, dramaturga e professora de Arte no Instituto Paranaense de Cegos. É mestranda em Arte pela UNESPAR, formada em Teatro pela Faculdade de Artes do Paraná e especialista em literatura contemporânea e educação especial e inclusiva. Nesse episódio, o papo passeia pela discussão sobre dramaturgia inclusiva e acessibilidade, partindo da compreensão de que uma plateia nunca é homogênea, que há diferenças subjetivas entre espectadores que superam a categorização simplista de pessoas com e sem deficiências. Falamos de como as ações de acessibilidade não visam a compensar a deficiência, aproximando-a da “normalidade”, mas a ampliar a variedade de estímulos sensoriais, complexificando a experiência autônoma de fruição em arte.  A diversidade torna-se, assim, não apenas a temática do espetáculo, mas é expandida para pensar também a composição da própria plateia.

O que faz uma dramaturga? É possível escrever um texto coletivamente? Dramaturgia coletiva para crianças: pode ou não pode? No primeiro episódio do podcast “Pod ou Não Pod?”, Gabi, Lucas, Nath, Vini Medeiros e Vini Précoma discutem aspectos relacionados à construção dramatúrgica para crianças na contemporaneidade e o desafio de escrever coletivamente.  Afinal, que loucura é essa de cinco pessoas escrevendo juntas dramaturgia para a infância? Será que isso funciona? Como negociar vontades, temas, desejos, perspectivas, imagens? Como equalizar tudo isso? O que pode significar trabalhar coletivamente num contexto de pandemia? Ufa! Quanta pergunta difícil, né? Vem ouvir algumas possíveis respostas e já vai se preparando, porque tem #spoiler do texto que vem aí! 🤭

“Pod ou Não Pod?” é o podcast original do GPeTI - Grupo de Pesquisa em Teatro para a Infância (@gpeti_). Aqui, cinco artistas de teatro se juntam para discutir aspectos sobre processos criativos e a produção teatral para o público infantil na contemporaneidade. Perguntando mais do que respondendo, e como bem fazem as crianças, aprendendo. Você ouve o "Pod ou Não Pod?" a partir do dia 07 de abril nas principais plataformas de streaming de música ou no seu aplicativo de podcast favorito!