“Zumbi, o teu grito ecoou
No Quilombo dos Palmares
Como um pássaro que voou
Tão liberto pelos ares
Um grito de dor e de fé
Ficou registrado na nossa história
Pela luta, pelo axé
Pela garra, pela glória”
_Negro Zumbi - Canção de Leci Brandão_
O Trem Azul" (com Ronaldo Bastos): Uma das suas obras-primas, com a imagem do trem como metáfora da jornada e do destino. O azul que pinta a paisagem é a cor da contemplação e da saudade.
“Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar
Não se cansam de voar
Você pega o trem azul, o Sol na cabeça”
“Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.”
Fernando Pessoa - Os Melhores Poemas Musicados - Fernando Pessoa - Remix Pós-Humano | Música baseada na poesia de Fernando Pessoa
“É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o Sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira”
Águas de Março
Tom Jobim
“Ei, senhor meu rei do tamborim, do ganzá
Cante um cantar, forme um repente pra mim
Aqui, nordeste, um país de esquecidos, humilhados
Ofendidos e sem direito ao porvir
Aqui, nordeste, Sul-América do sono
No reino do abandono, não há lugar pra onde ir”
Onde Jazz Meu Coração?
Belchior
“Quando o sol de ouro voltar a brilhar
E o mundo todo em alvoroço
Puder de novo se encontrar
Vou te buscar em casa
Vou acalmar sua aflição
Vou te beijar, te abraçar
E acender com meu fogo o seu coração”
Espera a Primavera
Nando Reis
Música: “Sete Luas”
Single do álbum " Natália é Quando Uma Mulher Quiser"
Letra: Natália Correia
Música: Renato Júnior
"Modinha" de Heitor Villa-Lobos, interpretada por Mônica Salmaso. É uma canção que, em sua melodia e letra, possui uma delicadeza e uma beleza que dialogam muito bem com a sensibilidade da obra de Luís Delfino. A melodia, tipicamente brasileira e com um toque de melancolia, pode evocar a busca pela perfeição e a emoção contida em seus versos.
“Na solidão da minha vida
Morrerei, querida,
Do te desamor
Muito embora me desprezes
Te amarei constante
Sem que a ti distante
Chegue a longe e triste voz
Do trovador”
Para celebrar a vida e obra desse homem que viveu intensamente pela liberdade, que tal uma homenagem musical? Sugerimos uma canção que capture a grandiosidade e a sensibilidade de Nabuco. Minha sugestão seria a canção "Olhos nos Olhos", de Chico Buarque.
A escolha pode parecer inusitada, mas pensem comigo: a letra fala sobre a capacidade de um indivíduo de se reerguer, de enfrentar as adversidades com dignidade, e de manter a esperança, mesmo quando a vida parece perdida.
"Quando você me olhar nos olhos
Quero ver o que você vai me dizer
Se eu vou te dar o mundo ou se eu vou te devolver
O que você me deu".
Essa resiliência e essa busca por justiça ecoam a trajetória de Joaquim Nabuco, que nunca se curvou diante das pressões e que lutou até o fim para ver a abolição acontecer. A melodia melancólica e a profundidade da letra de Chico Buarque se encaixam perfeitamente na poesia e na vida desse nosso grande homenageado.
Para homenagear um artista que tanto inovou na sonoridade da palavra, que tal uma música que dialogue com essa busca? Para Haroldo de Campos, sugerimos a canção "Um índio", de Caetano Veloso. Embora não seja diretamente sobre ele, a letra de Caetano, com sua profundidade filosófica e sua capacidade de subverter expectativas e criar novas imagens, dialoga com a busca de Haroldo por uma linguagem que revele o "avesso" das coisas, o que está para além do óbvio. É uma canção que, de certa forma, também desconstrói e reconstrói conceitos, assim como a poesia concretista.
“Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá”
Um Índio
Caetano Veloso
"O Sal da Terra" é um hino à utopia, um convite a "fazer da vida o que quiser, o que puder, o que vier" – mas sempre com a perspectiva de um mundo melhor. A melodia leve e a letra carregada de significado nos lembram da importância de sermos "luz" e "sal" no mundo, inspirando a transformação. Assim como Frei Betto tem sido, ao longo de sua vida, uma fonte inesgotável de inspiração para a construção de um futuro mais justo e solidário.
“Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver
A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da Terra!”
O Sal da Terra - Beto Guedes
“Era uma vez uma menina tão só
que encontrou um pássaro vindo do pó
Ele era Encantado livre a voar
e a cada encontro vinha lhe contar
histórias do mundo terras sem fim
a beleza da vida enfim
ela queria tê-lo sempre ao lado mas
entendeu que o amor é deixar ser amado”
A menina e o pássaro encantado - Juliano Bezerra*
Inspirada no livro "A Menina e o Pássaro" de Rubem Alves, a música é a alma da narrativa, com uma melodia suave que captura a essência poética da história e a magia da relação entre a menina e o pássaro.
Uma Canção Para Ernest Hemingway
A Song For Ernest Hemingway
“O céu vai de concreto para carvão
The sky goes from concrete to charcoal
Estou deitado no telhado
I'm laying on my back on the roof
Vou atirar nessas nuvens até formar buracos
I'm gonna shoot these clouds full of holes
Preciso que alguma luz passe
I need some fucking light to pour through
Mas dezembro acabou me amarrando em cordas
Because december's got me up against the ropes
E não sei como me soltar
And I don't know how to get loose
Não consigo fazer meus dedões acordarem
I can't get feeling back in my toes
Estou andando em círculos com você
I'm walking in circles with you
Como se fôssemos gansos canadenses
Like we're lost canadian geese
Eu já deveria estar ao sul daqui
I should be south of here already”
A música "O Anjo Mais Velho", da banda O Teatro Mágico, foi composta por Fernando Anitelli como uma homenagem ao seu irmão, Rodrigo Anitelli, que estava morando fora do país. A canção aborda a saudade e a admiração por essa figura familiar, e ganha um significado ainda mais profundo após a descoberta do câncer de Rodrigo e sua posterior partida.
“Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
Cena repete, a cena se inverte
Enchendo a minh'alma
Daquilo que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, a tua história
Tua verdade fazendo escola
E a tua ausência fazendo silêncio em todo lugar”
“Jão descreve nesta música JULHO como um período que antes era associado a férias, frio e a companhia de amigos, mas que agora se transformou no símbolo daquilo que o casal não será mais. A menção a julho como o mês em que recebeu a notícia do fim e a dificuldade do outro em escolher palavras para não machucar, evidencia a dor e o impacto emocional que o término causou. A repetição do verso ‘Julho é tudo que a gente não vai mais ser’ reforça a ideia de que o mês agora carrega o peso da perda e daquilo que foi deixado para trás.”
“Julho é tudo que a gente não vai mais ser
Julho é ler o que você deixou
Dizendo que não tinha mais como ficar
Julho é lembrar que fui eu quem ficou
Julho é só deixar o tempo te esquecer
Agora, julho é você”
“Apaixonado
Não pode dar errado
Então eles dizem
Bem, eu não sei
E você
Voa nas nuvens [?] e eu
Não confio em mim mesmo
Estou sozinho e assustado e
O mundo gira em torno de nossas mentiras
Por dentro e por fora e
O tempo passa devagar
Tão cheio de dúvidas
Eu sinto sua presença
Eu procuro sua beleza
Eu toco sua pele exterior”
A música 'São Gonçalo do Amarante' de Leôncio e Leonel é uma celebração da devoção popular ao santo São Gonçalo, conhecido por suas associações com a dança e a música, além de ser considerado um santo casamenteiro.
“São Gonçalo do Amarante
Casamenteiro das véia
Por que não casa as moça
Que mal lhe fizeram elas”
“São Gonçalo do Amarante”
Leôncio e Leonel
“Monte Castelo, composta por Renato Russo, foi lançada no CD ‘As Quatro Estações’ (1989) da banda Legião Urbana. É uma composição magnífica que trabalha com uma ‘conversa’ entre dois dos textos mais lindos já escritos sobre o amor, tema de tão difícil explicação.”
“Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder”
“Quantas estradas um homem deve percorrer
até que seja chamado de homem?
Quantos mares uma pomba branca deve navegar
antes de dormir na areia?
Sim, e quantas vezes as balas de canhão devem voar
até serem banidas para sempre?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento.
A resposta está soprando no vento.”
Blowing In The Wind - Bob Dylan_
A Voz da Saudade e Resistência na 'Milonga de Pelo Largo'
A música 'Milonga de Pelo Largo', interpretada pelo artista uruguaio Alfredo Zitarrosa, é uma expressão poética carregada de sentimentos de nostalgia, resistência e crítica social. A milonga, um estilo musical tradicional do Rio da Prata, serve aqui como veículo para a expressão de uma série de emoções e experiências ligadas à vida do povo sul-americano, especialmente no contexto de opressão e exílio vivido durante as ditaduras militares na região.
_Fonte: letras.mus.br_
“Te ofrezco mis margaritas que están vacías
Que están marchitas, que ya están secas
Te doy todas las renuncias de cosas simples
Que llevo hechas, que llevo hechas
Milonga, mi compañera que me comprende
Que me protege, que me abriga
Frazada del pobre hombre que siente frío
Y no se queja, ya no se queja”
Milonga de Pelo Largo
Alfredo Zitarrosa