Num sector em ebulição permanente, o papel do regulador nem sempre é dos mais fáceis. Augusto Fragoso, director-general for Information and Innovation na ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações, e o mais recente convidado do Future Enterprise Show, veio dar conta disso mesmo.
O FES é um espaço de conversa e debate que junta Fernando Bação, professor na Nova IMS e Gabriel Coimbra, Group Vice president and country manager da IDC, a alguns dos principais stakeholders de organizações nacionais. Objetivo último: debater o futuro das organizações e da sua capacidade de inovação, numa economia cada vez mais digital.
Mas, antes de mergulhar no mundo das telecomunicações, importa saber o que fez de Augusto Fragoso o profissional que é hoje? “Pergunta sempre difícil porque acredito que a nossa intervenção é feita com base em dois vetores: um de virtudes e outro de defeitos”, garantiu.
Assim sendo, as características mais marcantes que opta por salientar são “uma opção não dogmática perante todas as coisas da vida, entender de onde vêm, fazer as perguntas certas e procurar as respostas para termos uma opção mais equilibrada no momento de decidir; salientar ainda uma curiosidade normal e natural por todas as coisas, pelos próprios perfis e pelas pessoas”. Depois “referir alguns defeitos inevitáveis e um deles é a resiliência – há quem lhe chame teimosia –, mas quero aludir aqui à ideia de não nos deixarmos vencer quer no aspeto da curiosidade quer da ação e irmos um pouco mais à frente sempre que possível, na senda da one last mile”.
Das características do profissional, para as mais marcantes do setor na atualidade. Augusto Fragoso acredita que, tendo um duplo papel de regulador e consumidor, terá sempre “uma vertente muito vincada da utilização pratica e pragmática daquilo que a tecnologia nos dá enquanto cidadãos”.
O responsável da ANACOM considera, ainda assim, este setor como “um dos mais determinantes” que vive “um momento acelerado, fruto daquilo que a tecnologia traz, por exemplo, em áreas como o 5G e 6G”. Dito isto, importa não descurar “a forma como a tecnologia se introduz na sociedade” e, no caso de um regulador, “pensar nos riscos do ponto de vista societário que uma adoção acelerada e não ponderada da tecnologia poderia trazer”. Mas Augusto Fragoso deixa um alerta: “Muitas vezes regular é decidir não regular”.
A viver um momento de viragem, com duas tecnologias soberanas – a capacidade de computação através da promessa quântica e a capacidade de telecomunicações –, Augusto Fragoso sublinha a necessidade de se perceber “a importância do mundo funcionar em rede, num sentido lato, e de essa capacidade ser também transposta para a vertente tecnológica”.
Questionado relativamente aos desafios do setor, o responsável da ANACOM não tem dúvidas: a falta de mão de obra qualificada. “A capacidade humana de endereçar os desafios é o maior desafio em si, e se hoje já somos claramente deficitários, isso vai piorar com o tempo face ao enorme défice de conhecimentos que se verifica”. No caso da ANACOM este é um problema ainda mais premente, muito por causa das restrições às quais o regulador se obriga.
“Eu diria que nós temos esse problema em três patamares diferentes: um primeiro que tem a ver com a própria natureza estatuária da ANACOM e as restrições a que somos obrigados”, referiu Augusto Fragoso. E outros dois patamares abordados e amplamente discutidos na conversa com os dois moderadores do FES. De resto, houve ainda tempo para falar sobre o tipo de relacionamento que a ANACOM mantem com os seus congéneres europeus, da aludir às vantagens e características das Zonas Livres Tecnológicas, com algumas curiosidades à mistura, e de perceber se a regulação deve atuar preventivamente ou à posteriori para evitar repetição de falhas.
A banca e as profundas transformações que o setor enfrenta nos dias que correm, mas que ultrapassou também já num passado recente, deram o mote à mais recente conversa no âmbito do Programa Future Enterprise Show (FES). Gabriel Coimbra, Group Vice President and Country Manager, IDC, e Fernando Bação, professor na Nova IMS, receberam Manuel Domingues, CIO do Novo Banco e debateram temas relacionados com o futuro das organizações numa economia cada vez mais digital.
Manuel Domingues começou por falar de algumas das suas características mais marcantes que moldam não só a sua personalidade, mas também a vida profissional: “Sou transmontano o que, não sendo uma característica em si, não deixa de ser um aspeto importante e que me traz resiliência e perseverança.”
O responsável do Novo Banco nasceu numa aldeia de Trás-os-Montes, e teve de “lutar para chegar a Lisboa, para entrar na universidade e para fazer vida” e tudo isto “me deu resiliência e vontade de nunca desistir”. Manuel Domingues sabe que “nem tudo vai aparecer facilmente e seguir conforme desejamos” até mesmo porque “a vida não é justa”. Por isso, importa “ser capaz de preparar para a mudança tendo a consciência que cada problema, mais do que um desafio, é uma oportunidade de fazer diferente”.
Sem nunca desistir do que ambicionava, Manuel Domingues acredita que o setor da banca já passou por muitos altos e baixos “e vai continuar a passar”, mas isso não é necessariamente negativo. E a recente pandemia de Covid-19 veio reforçar esta ideia: “Vimos que o setor da banca é um setor de serviços primários e durante a fase do Covid manteve o seu funcionamento sempre com os balcões permanentemente a funcionar. Foi uma demonstração clara que os Bancos não são um problema na sociedade, mas sim que fazem parte da solução.”
Manuel Domingues acredita mesmo que “a banca saiu mais forte da pandemia” estando agora “mais resilientes” por via de um forte “efeito de transformação”. A verdade é que “ninguém aprende a levantar-se senão cair” e o setor aprendeu “a recuperar” e a seguir em frente. O CIO do Novo Banco acredita mesmo que “não é a falha que nos define, mas sim o que fazemos com ela”.
No caso específico do Novo Banco, muito do trabalho já tinha sido feito e foi apenas uma questão de o colocar em campo: “Ao fim da primeira semana, conseguimos criar condições para ter mil pessoas em casa a trabalhar. Já tínhamos um processo montado, ao longo dos anos, de resiliência e continuidade de negócio que nos serviu neste momento.”
A tecnologia foi um fator diferenciador para criar as condições necessárias quer para apoiar os colaboradores, como também para responder aos clientes. Mas, como será no futuro? Manuel Domingues sabe que é difícil fazer previsões, mas, quanto ao modelo de trabalho não duvida que será híbrido: “Não me parece que o trabalho remoto vá desaparecer, mas também não será a única opção.”
Para já, no Novo Banco ainda se opta por um ou por outro, de acordo com as circunstâncias sendo que foi deixado “um pouco ao livre arbítrio de cada um dos departamentos, com flexibilidade, mas sem ter impacto na produtividade”. As novas instalações da sede, no TagusPark, “já pressupõem esse modelo de trabalho mais híbrido e mais flexível”.
Já no que diz respeito ao atendimento ao cliente, Manuel Domingues não acredita num formato totalmente digital: “Os bancos vão continuar a ser necessários e os clientes do banco continuam a ser pessoas; e não penso que os balcões vão desaparecer totalmente.”
A inovação saiu do coração da Brisa e assumiu um carácter de internacionalização. Eis o mote que deu origem à A-to-Be, empresa do Grupo Brisa que assume todo o negócio tecnológico da companhia e o trabalha também para chegar a novos mercados além-fronteiras.
Foi partindo destas premissas que surgiu a mais recente conversa no âmbito do projeto Future Enterprise Show, organizado pela IDC Portugal com o apoio da Novo IMS e da nexllence. Frederico Vaz, chief technology officer na A-To-Be powered by Brisa conversou com Fernando Bação, da Nova IMS, e Gabriel Coimbra, da IDC, sobre a empresa e os desafios que vai enfrentando. Mas começou por falar do seu percurso profissional: “Para mim o mais importante é gostar daquilo que estamos a fazer, a partir daí, tudo é muito mais fácil. Considero ainda que ter as pessoas certas a trabalhar connosco faz também toda a diferença porque o trabalho depende muito de saber com quem estamos a trabalhar.”
O segredo do sucesso a nível da sua carreira profissional poderá ainda passar por duas outras características: “a forma como olho para os desafios que me são apresentados e a capacidade de adaptação num mercado com diferentes oportunidades que surgem dentro das organizações quase diariamente”.
Frederico Vaz começou por trabalhar no Grupo Portugal Telecom, passando depois para o Grupo Brisa onde contribui “para a dinamização do ecossistema de mobilidade global”.
A A-to-Be é uma empresa relativamente recente, que faz parte do Grupo Brisa e tem a missão de internacionalização “criando e fazendo negócio fora do Grupo Brisa e fora de Portugal”. Ainda assim, não deixam de ser “o braço tecnológico do Grupo, pelo que temos a missão de desenvolver tudo o que seja tecnologia para servir o cliente final das diferentes empresas”. Esse trabalho vai desde a tradicional Via Verde até mesmo aos sistemas e tecnologia “que os meus colegas no Grupo usam para operar as autoestradas e fazê-lo de uma forma eficiente”.
Em matéria de internacionalização, atualmente a A-to-Be está “mais focada no mercado americano, com presença em 10 estados e com algum sucesso”, refere o seu CTO. Nos EUA, o objetivo é “exportar as componentes mais maduras, ou seja, os sistemas que temos nas praças de portagem como as máquinas para pagar automaticamente ou o sistema idêntico à via verde, por exemplo”.
Em matéria de mobilidade, é difícil prever o futuro a cinco ou 10 anos, mas Frederico Vaz sabe que “a forma como nos movemos tem vindo a evoluir rapidamente e no Grupo Brisa temos acompanhado esse movimento permitindo às comunidades ter uma capacidade de movimentação com mais sustentabilidade e mais segurança”.
No Grupo “temos investido bastante na mobilidade elétrica e em toda a rede brisa há sempre um ponto de carregamento disponível para veículos”. Diz este responsável que a ideia é garantir uma “mobilidade mais simples, sustentável e segura”.
Frederico Vaz acredita ainda que, nos próximos anos, o setor dos transportes poderá vir a tirar partido de tecnologias como a inteligência artificial, ou as plataformas “mais preditivas e não tanto preventivas como é o caso de hoje”. Finalmente, “a cloud terá um papel fundamental, permitindo ter acesso a tudo, em qualquer lugar e de forma rápida”.
Tendo em conta a realidade atual, a conversa não poderia fugir ao tema central que tem a ver com a contratação de talento e que Frederico Vaz assume terem de enfrentar também na A-to-Be: “Até à data de hoje, temos recorrido a recursos que estejam em Portugal, mas cada vez mais estamos a chegar à conclusão que vamos ter de procurar outro tipo de abordagens.”
Finalmente, antes de terminar ficam conselhos que podem ajudar a orientar os jovens no seu percurso profissional. “Mais importante do que dizer para onde ir é sujeitar a experiências que os possam preparar para o futuro”, acredita o CTO da A-to-Be.
Frederico Vaz, Chief Technology Officer at A-To-Be powered by Brisa, é o convidado do 39º episódio do Future Enterprise Show.
Veja aqui o teaser desta entrevista ao nosso convidado do Future Enterprise Show que é uma iniciativa da IDC, em parceria com Nova IMS com o apoio da Nexllence.
As ideias têm vindo a marcar o percurso profissional de João Paulo Cabecinha, executive board member da Glintt que, em conversa com Gabriel Coimbra da IDC, e Fernando Bação, da Nova IMS, falou deste e de outros temas, explicando: “Segunda-feira de manhã para mim é sempre um recomeço para o qual levo muitas expetativas e muita energia.”
Em mais uma edição da iniciativa Future Enterprise Show (FES), João Paulo Cabecinha revelou que tem procurado “ter na sua atividade profissional um prazer e recompensa muito elevados”.
Por outro lado, a necessidade de reinvenção surge associada à ideia de que “vamos tendo várias carreiras enquanto profissionais e vários percursos”. O responsável da Glintt lembra que tem tido essa sorte “de conseguir abraçar sempre novos desafios e encarar isso como algo extremamente positivo e fundamental”
E como será que este responsável olha para o setor de serviços de TI? João Paulo Cabecinha reconhece que “tentar perceber qual a empresa do futuro e como é que se devem estruturar” é algo “apaixonante” para si.
Na verdade, cada vez mais, as empresas são organizações que funcionam em rede e em ecossistemas, motivo pelo qual “a capacidade de se estabelecerem boas ligações e bons modelos de funcionamento com terceiros é absolutamente fundamental”, mais ainda “nas TIC, ´área na qual isso é, hoje em dia, a chave do sucesso”.
O estabelecimento de parcerias entre fornecedor e empresa é ainda algo pouco visto em Portugal, mas João Paulo Cabecinha diz-se “um otimista por natureza” pelo que acredita que o país tem “evoluído e dado grandes saltos neste campo, ultrapassando até barreiras culturais”.
Por outro lado, importa não esquecer que as grandes organizações em Portugal “já têm maturidade para perceberem que ter recursos seniores que conseguem falar uma linguagem de negócio e transferir isso para tecnologia é um ativo fundamental”. Neste campo, também a administração publica está a trilhar o seu caminho com sucesso: “Há aqui uma evolução muito positiva.”
Apontando o dedo à competitividade, João Paulo Cabecinha recorda que “os centros de competência são uma oportunidade para as empresas de tecnologia perceberem que não podem ficar reféns do mercado nacional”. O plano estratégico da Glintt, por exemplo, passa pela “ambição de aumentar o peso dos serviços para fora de Portugal”.
A olhar para o futuro, “Io, 5G e a capacidade de ter todos os ativos permanentemente monitorados e ligados” são as tecnologias a ter em conta, diz este responsável.
Antes de terminar a conversa ficam duas sugestões de leitura: “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman, um livro “que aborda questões mais presentes do que nunca”; “Humanocracy”, que aborda novos modelos de organização nas empresas.
João Paulo Cabecinha, Executive Board Member da Glintt| Nexllence, apresenta-nos a sua perspetiva relativa ao mercado de IT nos dias de hoje.
Paixão no que faz e capacidade de reinvenção são, sem dúvida, duas características que João Paulo Cabecinha aponta como pilares do seu trajeto profissional.
Veja aqui o teaser desta entrevista ao nosso convidado do Future Enterprise Show que é uma iniciativa da IDC, em parceria com Nova IMS com o apoio da Nexllence.
A Saúde é tema incontornável da sociedade moderna e, quando a ela se juntam as tecnologias, a conversa não podia ser menos do que interessante. Na mais recente edição do Future Enterprise Show, o convidado é Luís Vaz Henriques, IT/IS Diretor na Lusíadas Saúde que aborda os principais desafios do setor e a sua experiência nas tecnologias, ao longo de um debate moderado por Gabriel Coimbra, Group Vice President and Country Manager da IDC e Fernando Bação, Professor Catedrático na Nova Information Management School.
Fazendo uma retrospetiva de vida, e pensando nos momentos mais marcantes, Luís Vaz Henriques fala, desde logo, no facto de ter sido seminarista “com uma educação mais severa e que marcou e determinou o meu futuro, pela positiva”. Outra marca indelével foi deixada pela sua família: “Tive valores muito fortes dados pelos meus avós e pelos meus pais e muita sorte com o meio familiar”. Não menos importante, o facto de ter sido praticante de artes marciais, nomeadamente Karaté, “que me deu a tranquilidade e a calma necessárias para saber respirar e pensar antes de falar”.
Em termos profissionais, os destaques vão para a chegada a Lisboa, aos 18 anos e o encontro com o professor Legatheaux, pai da Internet em Portugal, mas também com outras referências na Faculdade de Ciências. Mais tarde, já no Técnico, foi tempo de fazer investigação em IA “e, só então, completar a formação académica no ISEG”.
Tudo somado, ajudou a definir e a marcar o percurso profissional do atual IT/IS Diretor na Lusíadas Saúde que acredita, no entanto, que “um bom líder não é aquele que lidera sozinho, mas sim aquele que tem uma grande equipa e consegue criar nela emoções positivas e oferecer um bom ambiente de trabalho”.
A Saúde versus os outros setores
Luís Vaz Henriques recorda que passou pelas grandes transformações da banca, por via dos seus 10 anos ca Caixa Geral de Depósitos: “Lá fiz tudo o que havia para fazer do ponto de vista de redes e base de dados; foi o momento em que as tecnologias estavam a crescer e nós criámos toda a rede e aplicações do edifício da João XXI, a entrada da rede de IP, a passagem das token rings, etc”.
Alguns anos mais tarde, já depois de passar pelas consultoras, este responsável abraça novos desafios num setor diferente, e entra na então PT, “com responsabilidades de direção de primeira linha em várias áreas diferentes: webização do mundo PT, criação e lançamento do primeiro site internet ou dos primeiros datacenters e, finalmente, a liderança das equipas de TI no lançamento do MEO”.
A chegada à Saúde, em 2013 tem muito a ver com o facto de sentir que este “é o setor mais interessante e mais desafiante para estar, do ponto de vista das tecnologias”. A verdade é que “temos tecnologia em todo o lado, mas na saúde pouco o nada sabemos do nosso corpo, por antecipação”. E, é tão ou mais importante, “saber que, se o sistema falhar, mais do que “apenas” dinheiro, aqui perdemos vidas humanas”.
Talvez por isso, Luís Vaz Henriques olhe para os próximos anos na Saúde como um período repleto de desafios importantes, a começar, desde logo, na efetiva e eficaz “definição dos processos”.
O futuro poderá ainda trazer à Saúde as mais-valias da nanotecnologia e da microtecnologia evitando, por exemplo, “a realização de cirurgias como as que hoje em dia se conhecem”.
Não menos importante, toda a área de blockchain, “que nos traz as questões da segurança” e que vai muito além das bitcoins, direta “à sua tecnologia core e à cadeia encriptada de dados”.
Luís Vaz Henriques, IT Director da Lusíadas Saúde, é o convidado do 37º episódio do Future Enterprise Show.
Qual a visão de Luís Vaz Henriques de um sector extremamente desafiante como o da saúde? Quais as tecnologias que terão mais impacto nesta área?
Veja aqui a antevisão deste episódio que levanta o véu à relação Homem versus tecnologia!
Nova edição do programa Future Enterprise Show que, desta feita, recebe Teresa Girbal, vice-presidente e CIO da eSPAP, para falar da sua experiência de transformação de uma grande organização publica.
O FES, iniciativa da IDC Portugal e da Nova IMS, com o patrocínio da Nexllence, aborda temas relacionados com o futuro das organizações, numa economia cada vez mais digital. Future Enterprise é a framework da IDC para o futuro das organizações, que se querem resilientes, mas também mais ágeis e capazes de inovar de forma continua e em escala numa economia mais digital.
Teresa Girbal está a transformar uma grande organização publica, mas a sua carreira começou alguns anos antes: “Tenho uma carreira variada e que me tem dado muito prazer.” E que características justificam o porquê desta carreira, foi o que procurámos saber… “sou uma pessoa muito curiosa, que adora aprender e por isso a minha carreira tem sido essencialmente baseada nessas premissas.”
Teresa Girbal já passou por várias empresas multinacionais e está, desde há quatro anos, na AP “a aprender uma realidade nova, muito diferente das multinacionais com as quais trabalhei, mas também ela muito rica”.
Esta responsável acredita que, nos dias de hoje, a AP “mudou radicalmente porque o mundo também mudou” desde logo com a pandemia “um fator de enorme mudança nas organizações”.
E, entre essas diferenças está a necessidade de abraçar o teletrabalho: “Na AP era quase residual há quatro anos e nem era visto com bons olhos. Mas quando fomos para casa, os serviços tiveram de continuar e a AP teve de tomar decisões e funcionar por via de um modelo distinto”. Atualmente, grande parte das organizações já vê “o trabalho remoto ou hibrido como algo totalmente normal”.
Mas Teresa Girbal acredita que nem todas as soluções adotadas terão futuro já que, por exemplo, “digitalizar processos presenciais no digital não faz sentido”.
A responsável da eSPAP lembra, no entanto, que “vão ser usados os melhores recursos da AP para tornar os processos eficientes. Demos um salto grande, provocado pela realidade que vivemos, e que será aproveitado porque a aprendizagem já foi feita”.
E o futuro?
No mesmo sentido, os próximos cinco anos podem ser perspetivados com esperança: “O PRR é uma oportunidade única para a transformação digital da AP pelo volume de financiamento e pelo tempo que temos para implementar; há um tempo reduzido e há aqui um grande foco na execução e na implementação.”
E, embora saiba que este “será um trabalho difícil de concretizar” por falta de “recursos e competências, que são muito escassos”, a oportunidade “não se pode perder”, assegura.
Um dos grandes obstáculos a ultrapassar nesta caminhada diz respeito aos hábitos culturais enraizados: “Temos de pensar de forma diferente do que temos feito até agora. Atualmente, o cidadão não espera das 9 às 5 para ter um serviço disponível e esta cultura em mudança é uma das partes mais difíceis.”
Mas mudar significa também adotar novas tecnologias à medida que vão surgindo. Teresa Girbal falou de algumas das mais importantes como as que suportam a gestão dos dados “porque a AP tem imensos dados do cidadão e a sua gestão eficaz e a transparência são fundamentais”.
A Inteligência Artificial é outra das áreas “que também vai ter mais força dentro da AP porque não podemos continuar a crescer apenas em recursos e a robotização é algo que tem de ser potenciado para se poder acabar com tarefas mais repetitivas e tornar a AP mais eficiente, mais atual e mais ágil”. Finalmente, Teresa Girbal fala ainda de clara relevância da cloud, “outra ferramenta absolutamente critica para a AP porque dá uma flexibilidade enorme”.
Teresa Girbal, Vice-Presidente e CIO da Espap, é a convidada do 36º episódio do Future Enterprise Show.
A curiosidade, vontade de aprender e construir em equipa estão no seu ADN e são, sem dúvidas, características que marcam o seu percurso profissional.
Qual a sua perspectiva relativamente à administração pública? Qual o futuro da mesma?
A conversa fluiu sem grandes pressas durante a mais recente edição do Future Enterprise Show. Oportunidade para ouvir José Manuel Henriques, CTO/CIO do Grupo Crédito Agrícola, falar com Gabriel Coimbra e Fernando Bação, sobre os grandes desafios que tem pela frente ao longo de todo o processo de transformação de uma future enterprise. Mas não só…
José Henriques assume-se como a soma dos seus “mais” e dos seus “menos”; incapaz de estar parado, em paralelo com a sua carreira profissional, pratica ciclismo e da modalidade retirou uma das ideias que o guiam: “Quando se para, caímos.”
Talvez por isso se assuma “inquieto”, sempre com vontade de provocar movimento nas pessoas que trabalham consigo, fazendo-as “descobrir coisas fora da sua zona de conforto”.
Olhar para o setor financeiro, onde atualmente se movimenta, é perceber os seus enormes desafios, um conjunto de ameaças “que chegam não só dos bancos tradicionais, mas também de negócios que são quase parabancários e que fazem e farão concorrência no futuro”.
Outras questões a ter em conta dizem respeito “à internacionalização de todo o negócio bancário e à entrada de players internacionais no negócio nacional”. Juntem-se ainda os desafios tecnológicos, desafios de regulação e a mudança do centro económico “que está a sair da europa para outras geografias como a ásia e que vem mudar o perfil de consumo e de cliente bancário”. E na soma das partes, a banca terá muito por onde intervir.
José Manuel Henriques acredita que “conseguir gerir o equilíbrio entre o que temos de resolver hoje e o que temos de pensar no futuro, entre a tática e a estratégia” vai dar trabalho.
No caso do Crédito Agrícola, “somos um banco muito particular porque temos uma dispersão geográfica muito grande e além disso temos uma boa dispersão de base de clientes”, refere. Condições que trazem “uma grande vantagem competitiva no face to face da banca tradicional e isso é algo que temos de conseguir explorar e fazer crescer”.
O Banco foi “pioneiro no lançamento do primeiro e único (para já) neobank que existe em Portugal” num desafio “muito interessante porque consegue equilibrar, de uma forma harmoniosa, o que é a banca do futuro com a banca tradicional na qual temos de continuar a investir cada vez mais”.
Em termos de tecnologias a considerar, o CTO/CIO do Grupo Crédito Agrícola aponta “o tema dos dados, de IA, blockchain e cloud” como situações a trabalhar no futuro. Mas o grande desafio passa mesmo pela “gestão do talento e do mindset na forma como se consegue fazer a transição das equipas, já que quem pensa Cobol no passado não terá necessariamente de conseguir agora pensar blockchain”.
Entre as áreas chave de maior investimento ao nível da tecnologia contam-se “a necessidade de simplificar o ecossistema, toda a parte regulatória e depois tudo o que tem a ver com projetos relacionados com canais e oferta comercial”.
Como já vem sendo habitual, a conversa não terminou sem alguns conselhos aos mais novos e, nomeadamente, às suas filhas para enquadrarem o futuro profissional, e duas ideias de livros a ler: “Nós, enquanto pais, transmitimos muito do que são os nossos valores e a educação e conselhos que damos, em grande parte, é refletida pelos nossos comportamentos. Do ponto de vista de orientação profissional quero que as minhas filhas preencham o sonho que têm porque acredito que uma pessoa só vai ser bem-sucedida se for atrás do seu sonho”.
Os livros que marcaram este profissional foram, por exemplo, “On China”, de Henry Kissinger, e “Memórias da Segunda Guerra Mundial”, de Churchill.
O presente e o futuro da Caixa Geral de Depósitos (CGD) – e da banca em geral – numa economia cada vez mais digital deu o mote à conversa com Madalena Talone. A administradora executiva da CGD falou com Fernando Bação, professor na Nova IMS e Gabriel Coimbra, Group Vice President and Country manager da IDC em mais uma edição do Future Enterprise Show.
Com uma carreira longa no setor da banca, Madalena Talone é atualmente responsável pelos pelouros da tecnologia, das operações, da banca digital e da transformação na CGD. Uma tarefa desafiante, mas que não assusta: “Algo que pautou o meu percurso foi fazer sempre aquilo de que gosto realmente.” Por outro lado, a administradora executiva da CGD lembra que teve também a capacidade de “ir fazendo muitas coisas diferentes o que permitiu experimentar e trabalhar áreas dispares, mas sempre com o mesmo entusiasmo e vontade de modernizar”. Mas a sorte não é alheia a todo o percurso: “Estar no sítio certo à hora certa e ser convidada para desafios que tive o mérito de saber aceitar foi relevante”. Madalena Talone assegura que se rege pela máxima “faz todos os dias uma coisa que te assuste”, algo que a tem ajudado a evoluir e a crescer pessoal e profissionalmente.
E, tendo em conta a sua experiência na banca, importa perceber de que forma as TI têm vindo a mudar este setor: “Em primeiro lugar há algo que na banca vamos tendo claro e que é perceber que o normal é não haver normal, ou seja, o mundo muda muito e cada vez mais depressa e não sabemos verdadeiramente o que vai acontecer a seguir.”
No relacionamento com o cliente, Madalena Talone considera determinante saber usar a tecnologia como parte central do negócio “para garantir uma resposta efetiva a todas as necessidades”. Igualmente fundamental é a forma como se lida com a segurança dos dados e dos sistemas “já que vai continuar a ser muito importante ter certeza que a nossa informação sensível e muito privada está totalmente segura”.
A importância dos canais
Nos dias que correm, Madalena Talone sabe que os canais na banca já são muito mais digitais do que eram há uns anos atrás: “A Caixa tem hoje dois milhões de clientes digitais e que são uma parte importante da base de clientes que interagem mais com o banco.” Na verdade, o canal digital permite ao cliente ter mais e melhor acesso ao banco e permite ainda ao próprio banco ter uma maior interação com o cliente. A “interligação entre todos é o segredo” do sucesso.
Transformar digitalmente a CGD não será tarefa fácil, mas o banco segue no bom caminho: “O plano estratégico da Caixa já está em curso e termina em 2024, assumindo um grande foco na transformação de forma transversal dentro da organização. E as TI devem ser entendidas menos como um enabler e mais como parte importante do próprio negócio.”
No 34º episódio do Future Enterprise Show temos como convidada especial Madalena Talone, Administradora Executiva da Caixa Geral de Depósitos.
Veja aqui qual a sua visão para a banca, como é que o digital tem vindo a alterar o setor e o que não vai mudar na banca.
A transformação digital é uma certeza em todo o mundo e as grandes empresas nacionais não são alheias a esta realidade. Na mais recente edição do Future Enterprise Show (FES), uma iniciativa onde se pretende discutir os principais temas relacionados com o futuro das organizações numa economia cada vez mais digital, temos agora a EDP pela voz do seu Global Digital & IT Officer, João Nascimento. A conversa é conduzida por Gabriel Coimbra, group vice-presidente and country manager da IDC e Fernando Bação professor da Nova IMS.
João Nascimento tem um percurso profissional que começou na Vodafone, onde esteve durante vários anos, e há pouco menos de um ano mudou-se para a EDP onde tem vindo a trabalhar nesta área da transformação digital. Entre as características mais marcantes e que contribuíram para o seu sucesso profissional, João Nascimento fala da sua crença forte na colaboração: “Costumo dizer que se queres ir rápido vai sozinho, mas se queres ir longe, então vai junto e em equipa.”
João Nascimento diz acreditar fortemente no trabalho em equipa, tendo em conta sempre um grupo que deve ser “forte, motivado e em que se perceba exatamente qual é o caminho a fazer”.
Transição energética
Numa altura em que a transformação e a transição energética estão na agenda do mundo, João Nascimento considera que “o setor da energia está num momento crucial e de viragem forte”. Na realidade, a transição energética na EDP é olhada como um “must do” inadiável, existindo agentes ativos neste campo, “com um propósito muito forte”. A marca procura, desta forma, contribuir para um impacto positivo no mundo, sempre suportada no conceito dos três “D”: descarbonização, descentralização e digitalização.
João Nascimento lembra que as redes de futuro “vão ter consumidores que também são produtores” e é precisa que os fornecedores, como a EDP, saibam lidar com esta mudança de atuação no mercado”.
Na realidade, a EDP considera que a transformação digital começa nas pessoas pelo que se torna determinante contar com ferramentas e ações de capacitação digital, além de plataformas colaborativas “e comunidades virtuais que são pontos de encontro para partilha de informação e para despoletar a curiosidade para futuros projetos”.
Mas em matéria de transformação digital, este responsável considera ainda que “os dados devem estar no centro das decisões com a criação de modelos preditivos fortes”. E João Nascimento deixou exemplos daquilo que a EDP está já a fazer neste campo, ao dia de hoje. E porque não pensar numa “Playstation Store que possa vir a ter descontos para quem esteja a usar energia verde dentro da sua casa?” A pergunta fica no ar.
Antes de terminar, o conselho inevitável a quem inicia agora o seu percurso profissional, e que foi também o mesmo conselho que João Nascimento deixou aos seus filhos: “Escolher em consciência e livremente, mas com base em informação e dados concretos; importa parar para pensar e estruturar decisões”; e também dois livros de leitura obrigatória: “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago e “Extreme Ownership”, de Willink e Babin. Porquê? João Nascimento explica nesta próxima edição do FES.
João Nascimento, Global Digital & IT Officer EDP, é o convidado do 33º episódio do Future Enterprise Show.
De que forma o setor irá fazer a transição energética e quais as tecnologias essenciais para o sector?
Carolina Bouvard Nuño, Head of Technology and Operations do Banco Santander Portugal é a convidada da mais recente edição do Future of Enterprise Show (FES), organizado pela IDC Portugal e parceria com a Nova IMS.
Numa conversa que fluiu ao ritmo das palavras, Gabriel Coimbra, Group Vice President and Country Manager da IDC Portugal e Fernando Bação, professor na Nova Information Management School ouviram a opinião de Carolina Nuño sobre a realidade tecnológica atual no mundo financeiro ligado à Banca.
Profissional desta área há vários anos, Carolina Nuño, que começou nas telecomunicações e abraça agora um novo desafio no Banco Santander, acredita que “o otimismo e ter a capacidade de ser positiva” foram características determinantes na sua evolução profissional. “É muito importante ter a noção clara daquilo que gostamos na vida, do que queremos construir; devemos também ser perseverantes e ter energia positiva”, disse ainda.
De resto Carolina Nuño considera que “empatia, valentia, generosidade e humildade são quatro valores” determinantes na vida profissional como na pessoal. A empatia “para perceber a visão de todos ao nosso redor”, a valentia “de fazer as coisas diferentes e criar outras novas”, a generosidade “muito valorizada a nível pessoal, mas não profissional, mas que é fundamental quando se trabalha em conjunto, em rede”. E, finalmente, a humildade “porque não sabemos tudo e não temos sempre razão e devemos ter a capacidade de aprender com os outros, saber ouvir é sinal de inteligência no trabalho”.
Saber o que quer e persistência são características de Carolina Bouvard Nuño, Head of Technology and Operations do Santander Portugal, que ajudaram a construir uma carreira de sucesso.
Quais as principais tendências da banca no futuro? A transformação na banca é transversal a todas as áreas?
Veja aqui o teaser do 32º episódio do Future Enterprise Show - uma iniciativa da IDC e Nova IMS, em parceria com a Nexllence e tem como objetivo a partilha das melhores práticas ao nível da Transformação Digital em Portugal! Uma Future Enterprise é a visão da IDC para uma organização resiliente, ágil, inovadora e capaz de escalar numa economia cada vez mais global, conectada e assente em plataformas digitais.
Esta conversa com Rui Pedro Saraiva, Head of IT dos CTT - Correios de Portugal teve início com uma das perguntas mais icônicas deste programa: "As carecterísticas que ajudaram Rui Pedro Saraiva a chegar ao topo". Humildade, resiliência, empatia, ambição equilibrada e também não tomar nada por garantido bem como uma postura de aprendizagem e partilha constante.
Subscrevendo "o covid foi o maior acelerador da transformação digital", obrigando a repensar um conjunto alargado de paradigmas, nomeadamente trabalho remoto, e-commerce e digitalização de processos. Os CTT participam em toda a cadeia de serviços que oferecem aos seus clientes e, apesar de terem sofrido o impacto da pandemia, Rui Pedro Saraiva acredita que ficaram mais fortes e aumentaram a sua vantagem competitiva.
A dificuldade de atrair talento é um tema que merece a maior atenção por parte das organizações e, na sua opinião, é necessário que as organizações sejam capazes de reter talento criando condições para que os colaboradores queiram ficar através de um conjunto de motivações e não unicamente a componente salarial. Portugal tem recursos de muito talento e existe, efetivamente, um problema de quantidade e as organizações precisam de ser capazes de atrair e competir para conseguir reter os recursos nacionais que, por norma, vão para outros mercados com outras condições.
A importância de um espírito empreendedor e inovador bem como capacidade de liderança que considera tão importante como as competências técnicas são algumas das caracteristicas que crê serem essenciais e que pretende passar para suas filhas quando estiverem perto do mundo académico.
Por fim, Rui Pedro Saraiva destaca os seguintes livros que foram importantes na sua vida tanto a nível pessoal como profissional: "Solve for happy" - que destaca outros pilares para além do profissional; "A coragem de ser imperfeito" - que foi uma ajuda enorme para lidar com o receio da imperfeição e destaca "Radical Candor" pois ultimamente tem trabalhado na sua capacidade de ser um melhor líder de pessoas.
O Future Enterprise Show é uma iniciativa da responsabilidade da IDC Portugal e da Nova IMS, em parceria com a Nexllence. Apresentado e guiado por Fernando Bação, Professor Catedrático Nova IMS, e Gabriel Coimbra, Group VP & Country Manager da IDC.
Estar na hora certa, no sítio certo juntamente com humildade, resiliência, empatia e ambição são ingredientes essenciais para construir uma carreira de sucesso.
Como Rui Pedro Saraiva prevê o futuro dos CTT nesta fase de transição? Quais os desafios?
Nova edição do Future Enterprise Show (FES), mais uma oportunidade para discutir o futuro das organizações numa economia cada vez mais digital. Desta feita, o convidado foi José Nogueira, chief operating officer na Tranquilidade e Generali.
O FES é a visão da IDC para o futuro das organizações que se querem resilientes, ágeis e capazes de inovar de forma contínua numa economia cada vez mais digital. Numa conversa moderada por Fernando Bação e Gabriel Coimbra, José Nogueira começou por partilhar as suas características pessoais que, de alguma forma, mais marcaram a carreira: “Todos nós somos uma mistura de diferentes ingredientes e, no meio de tudo isto, a sorte tem um papel muito importante nas nossas carreiras e eu devo muito à sorte. Mas a sorte dá trabalho.”
José Nogueira fala assim num cocktail de características das quais destaca três. Desde logo “uma paixão obstinada pelo sucesso das empresas nas quais estou e dos projetos que tenho” a que se junta o facto de “ser uma pessoa muito positiva e com a certeza de que é fantástico estarmos cá”. Finalmente, a terceira característica, e talvez a mais impactante, acredita o responsável da Tranquilidade e Generali, “é deixar de olhar para os problemas e replicar apenas aquilo que se faz bem, conforme sublinha Meg Whitman, co-CEO da HP”.
Considerações à parte, José Nogueira considera que este “é um momento fantástico para estar no setor dos seguros”. A verdade é que falamos “de um setor muito complexo, mas também com grandes desafios que urge ultrapassar”. A aceleração que o mundo teve nos últimos dois anos, fruto da pandemia, permitiu ao setor dos seguros “acelerar também de forma brutal tudo o que eram as suas novas áreas e novos temas de transformação tecnológica” o que implica “investimentos massivos em tecnologias, rede de parcerias, ecossistemas e know-how”.
Os desafios são, por isso, “enormes” já que o setor tem de se “consolidar à velocidade da luz e o mercado vai ser reflexo desta realidade”. De resto, a Tranquilidade é já um sinal disso mesmo: “Em 2016 fundiu-se com a Açoreana, depois fundiu-se com a Generali e agora faz parte do Grupo Generali.” E, a verdade, é que este movimento de consolidação no setor “é uma tendência que vai acelerar ainda mais nos próximos anos”, acredita.
Ainda assim, José Nogueira considera que não será fácil prever os próximos tempos e, um sinal disso mesmo, foi o que aconteceu na pandemia em fevereiro /março de 2020. “Os planos de continuidade de negócio das empresas falharam” já que “previam tudo, desde guerras, terramotos, quebras de energia., etc, mas esqueceram-se de prever pandemias com confinamento” e isso diz muito do que pode ser o futuro, “uma incógnita”.
De qualquer forma, este responsável considera-se “um otimista quanto ao ramo segurador” até porque “a Tranquilidade tem 150 anos e a Generali 190 anos e neste período assistimos a mudanças de regime, guerras, desastres e, mesmo assim, estamos cá”. Com isto, pretende-se dizer que “as seguradoras foram capazes de se transformar e sobreviver”.
Questionado sobre se as tecnológicas podem ser uma dura concorrência, José Nogueira diz que não: “Eu não vejo que as tecnológicas sejam competidoras; acredito muito em ecossistemas e parcerias e não temos de olhar as tecnológicas como ameaças, mas antes como aliadas.”
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