Neste episódio especial de Natal do Safoda, a conversa começa com uma pergunta aparentemente simples e rapidamente descarrila para onde todas as boas conversas acabam por ir: para lado nenhum — e para todo o lado ao mesmo tempo.
Entre interrupções, ideias a meio e raciocínios que se perdem antes de chegar ao ponto, os participantes tentam falar de desejos, de futuro e de humanidade. O resultado não é um manifesto nem uma mensagem edificante, mas um retrato honesto da dificuldade que temos em dizer o que realmente queremos — para nós e para os outros.
O Natal surge aqui menos como celebração e mais como pretexto. Pretexto para expor contradições, cansaços acumulados, esperança mal articulada e aquela sensação coletiva de que algo podia ser melhor… mesmo que ninguém saiba explicar exatamente o quê.
Este episódio não oferece respostas nem soluções. Oferece ruído, hesitação e pensamento em tempo real. Um espaço onde a incoerência não é falha, mas sintoma de um mundo confuso a tentar imaginar-se diferente.
Porque no Safoda, até os desejos tropeçam.
Neste episódio de Safoda, a conversa gira em torno da alimentação — ou, pelo menos, daquilo que cada um acha que é comida. À mesa sentam-se João Vitor, que perdeu toda a fé nas frutas naturais; Daniel Rafael, com uma missão quase messiânica de levar o Bitoque aos quatro cantos do mundo; e o lendário Sr. Viriato, que sonha com uma dieta onde só exista carne, em todas as suas formas e temperaturas.
Junta-se também um cão, silencioso mas expressivo, que carrega no olhar o desejo profundo de um mundo onde ossos não sejam a única opção viável.
Entre memórias de infância, planos alimentares apocalípticos e filosofias de tupperware, esta conversa é uma travessa cheia de absurdos, certezas frágeis e garfadas no senso comum.
Porque às vezes, comer é só um detalhe — o resto é digerir a vida… e mandar um safoda.
Neste episódio de Safoda, tínhamos tudo pronto para mais uma conversa como deve ser — daquelas que começam no absurdo e acabam no filosófico.
Mas o universo tinha outros planos.
O episódio foi abruptamente interrompido por um cão. Sim, um cão. De olhar desconfiado, andar coxo e uma energia de quem já passou por muita coisa (a maioria, provavelmente, inventada).
Acredita, profundamente, que é uma pessoa. Não um cão com personalidade, não um animal especial — uma pessoa. Daquelas com direitos, traumas, responsabilidades e diagnósticos vagos. Diz que tem todas as maleitas.
O seu dono, indiferente, trata-o como um cão. Uma afronta imperdoável, segundo o próprio.
A tensão emocional era tanta que já não havia espaço para mais ninguém.
O microfone foi ocupado, a pauta ignorada, o tempo todo entregue a este animal profundamente convicto da sua humanidade.
No final, não sabíamos se tínhamos gravado um episódio, prestado assistência social ou participado num delírio coletivo.
Mas é isso o Safoda.
Às vezes, não se segue o guião.
Às vezes, aparece um cão que se acha pessoa e tem as doenças todas.
E a única coisa a fazer… é ver bem, respirar fundo —
e mandar um safoda.
Neste episódio de Safoda, entrevistamos o Sr. Viriato, vindo diretamente de Cascalho — uma aldeia escondida na Ilha do Faial, mas bem presente no imaginário de quem já precisou de ajuda e não confiava nos canais “oficiais”.
Figura incontornável da freguesia, do café da Aldina e, segundo dizem, do bom senso alternativo, o Sr. Viriato é negacionista, mas com método. Vê problemas onde ninguém vê, soluções onde ninguém procurou, e não há constipação ou vaca esquisita que lhe escape. As más-línguas dizem que já salvou mais narizes entupidos do que o centro de saúde local, e que convenceu uma dúzia de vacas a voltar às rações só com conversa.
Durante a semana, resolve tudo o que aparece no café: dores, dúvidas, desilusões e até vacas com a mania das dietas. Na esplanada da Aldina, entre um café cheio e um prato de torresmos, distribui conselhos como quem baralha cartas — com convicção e sem pedir licença.
No Faial, todos o conhecem. Uns acham-no teimoso, outros acham-no génio. Mas todos acabam por lhe bater à porta, mais cedo ou mais tarde.
Neste episódio, entre copos de tinto e histórias de gado com manias, celebramos o improvável, o prático, e o maravilhosamente fora da caixa.
Porque às vezes, não é preciso ter razão — basta ter resposta e mandar um safoda.
Neste episódio de Safoda, sentamos à conversa com João Vitor, canalizador de profissão, pessimista assumido e residente fiel da Palhota. Um homem que vê o copo meio vazio — e a pinga a escorrer por uma fuga no sistema. Entre entupimentos da alma e reflexões de casa de banho, João partilha uma ideia para mudar o mundo. Radical. Lúcida. Possivelmente ilegal.
Mas nem só de teorias revolucionárias vive esta conversa. João abre também o coração (com alguma mágoa) sobre a maior desilusão da sua vida: a escolha profissional da filha, Célia.
Entre tubagens filosóficas, críticas sociais e confissões de pai magoado, este episódio é uma descarga emocional sem filtros — uma verdadeira limpeza de canos internos.
Porque às vezes, é preciso despejar tudo... e mandar um safoda.
Neste episódio de Safoda, sentamos à conversa com Daniel Rafael, directamente de Casal do Grilo — um homem simples, excêntrico e com um talento que desafia a retina humana. Ao fim-de-semana, encontra-se no Entroncamento, a devorar hambúrgueres como se fossem poesia em carne picada. Mas durante a semana… vê o mundo como mais ninguém.
Daniel jura que tem um superpoder na visão. Não vê fantasmas (ainda), mas garante que consegue “ver para além da fachada das pessoas” — e não estamos a falar de metáforas.
Entrebocadas em cheeseburguers e revelações surpreendentes sobre a vida no Casal do Grilo, esta conversa é uma ode ao improvável, ao desbocado e ao maravilhosamente absurdo.
Porque às vezes, basta ver bem... e mandar um safoda.